Na edição deste mês da revista Caros Amigos (p. 47) o músico Fredera acusa a MPB de colaborar, mesmo que inconscientemente, para a morte do país. Ao mesmo tempo, elogia a Bossa Nova de Tom. Quase ao final do texto ele diz:
Gláuber costumava deixar a turma em apuros quando perguntava a pretensos artistas:
"Como você pensa o Brasil?"
Pois eu só quero fazer uma pergunta:
Como a Bossa Nova pensava o Brasil?
Por acaso as músicas de Tom tinham qualquer preocupação social ou política ou qualquer que seja?
Não estou acusando a Bossa Nova de ser ruim, pelo contrário. Mas Bossa Nova é como Parnasianismo: arte pela arte.
A MPB, pelo contrário, possui letras e melodias dignas dos maiores gênios da música mundial. Algumas das letras não são apenas música, são pura literatura.
Mas sou obrigado a concordar que entre os artistas que figuraram durante o período militar, a maioria "morreu" após a redemocratização, o que não significa que não tenham feito nada de valor após este período. Também não se pode esquecer que há toda uma nova geração fazendo um belíssimo trabalho, como Zeca Baleiro e Tom Zé, que resurgiu das cinzas (cito os dois por estarem entre meus favoritos e por serem não apenas intérpretes, mas também compositores).
Se com tantas opções existentes hoje no mercado a população não houve nada que preste, a culpa é dela mesma, ou ainda, da mídia que empurra esse lixo para cida dela.
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